sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Decepção

Trago no peito uma mágoa insistente, e como doia, e como fazia sofrer... As vezes ela até da uma trégua, mas em dias e que a cabeça se via livre pra pensar, ela vol
ta... latente, pungente.

Saudade dói, tristeza dói, desprezo dói, ficar longe de alguém que a gente gosta dói... mas de todas as dores, acho que a dor que dói mais é a dor da decepção, porque decepção é uma dor sem esperança, é uma dor que perdeu a razão de existir. É uma dor que se descobre absolutamente desnecessária. Mas mesmo assim ela dói. O pior é que você tem consciência que ninguém merece aquele sentimento, muito menos você e mesmo assim você sofre.

Decepção é uma dor devastadora... uma ventania, um ciclone, um tornado que passou, derrubou seus castelos de areia, carregou seus sonhos e destruiu todas as suas fantasias.

Decepção é a dor do engano. Você idealiza, imagina um ser real. Quando se dá conta, criou um personagem de um conto de fadas e o pior, nessa narrativa ele é o vilão. Inevitável. Ela começa a latejar.

Decepção é uma dor sem motivo, sem pra que e sem por quê. O tratamento é prescrito em doses homeopáticas à conta gotas. Tratamento as vezes longo, contra decepção só existe um medicamento e se chama tempo. As vezes ele não elimina todos os sintomas, mas os suaviza ou te ensina a conviver equilibradamente com sua dor, de forma que você reserve a ela um lugar cada vez menor no seu coração.

Agora quando a dor lhe abarca o peito ela olha para o relógio e para o futuro, senta-se e espera... ela sabe que o tempo vai passar.

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